Pais de criança morta no desabamento do edifício Raimundo Farias vão receber indenização 26 anos após acidente, que também provocou a morte de 38 operários que trabalhavam na obra, localizada na Diogo Moia
O juiz Raimundo das Chagas Filho, da 11ª Vara Cível de Belém, condenou, ontem, José Haroldo Ruffeil Farias, Eduardo Marques da Silva e Archimino Cardoso de Athayde Neto, a pagarem indenização por danos morais de R$ 100 mil, com correção monetária, aos pais de Dalva Maria Silva dos Santos, uma das vítimas do desabamento do edifício Raimundo Farias, em 13 de agosto de 1987, ocorrido há mais de 26 anos. A criança, que tinha 5 anos a época dos fatos, faleceu após a queda de escombros na igreja Assembleia de Deus.
Os dois primeiros réus eram sócios da empresa Construtora Marques Farias, dona do empreendimento, enquanto que o terceiro réu era o engenheiro do escritório Engenharia Estrutural Ltda, responsável pelo cálculo estrutural. Os réus também terão que pagar pensão a José Maria dos Santos e Dalva Maria Miranda Silva, equivalente a 2/3 do salário mínimo a partir da data em que a vítima completaria 14 anos de idade até os 25 anos. A partir desta idade, a pensão será reduzida para 1/3 do salário mínimo, quando seguirá sendo paga até o ano em que a vítima completaria 65 anos. Os condenados ainda pagarão indenização por danos materiais, que incluem, entre outros gastos, os valores pagos com funeral. As informações são do Tribunal de Justiça do Estado.
O desabamento do edifício Raimundo Farias é a maior tragédia da construção civil ocorrida em Belém. No acidente, morreram 38 operários e uma criança. O prédio, que estava em fase de construção pela empresa Marques Farias, ficava na rua Diogo Moia, próximo à Doca de Souza Franco. A operação de resgate, que durou sete dias, mobilizou homens do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Defesa Civil, Aeronáutica e Cruz Vermelha. Dos escombros, foram retirados os corpos de 38 operários e o de uma criança de 5 anos, que morava com os pais nos fundos do templo da Assembleia de Deus, vizinho à construção e que foi totalmente destruído.