MPE pede reconstituição do desaparecimento da dançarina Fernanda Trindade
O promotor Luiz Otávio Bandeira Gomes, da 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Icoaraci, solicitou, à Justiça, que seja feita a reconstituição do desaparecimento da dançarina Fernanda Trindade, ocorrido em dezembro de 2013. O inquérito policial deu entrada no Ministério Público do Estado no dia 22 deste mês. O promotor remeteu os autos do processo ao juiz da 1ª Vara Penal de Icoaraci, Eric Aguiar Peixoto. Até amanhã, o magistrado deverá encaminhar o pedido do Ministério Público (MP) ao delegado Ocimar Nascimento, diretor da seccional de Icoaraci e que presidiu o inquérito policial.
O promotor Gomes diz que o inquérito, apesar de indicar homicídio culposo (quando não há intenção de matar), não é conclusivo, sendo, portanto, possível aprofundar a investigação. Por isso, o promotor pediu novas diligências. Dentre o pedido "de dezenas de diligências feitas pelo MP, a prioridade é a reconstituição do fato, que pode ser determinante para elucidar o caso. O MP espera que a Justiça acate o pedido", afirmou ainda o promotor, por meio da assessoria de imprensa do Ministério Público. Quando for realizada, a reconstituição (reprodução simulada dos fatos) será executada por peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves.
O inquérito policial foi concluído em 6 de janeiro. O empresário Lauro Sérgio Nogueira, que estava com a dançarina na ilha de Cotijuba quando ela desapareceu, foi indiciado por homicídio culposo. Ele responde ao processo em liberdade. Fernanda foi vista pela última vez em 6 de dezembro de 2013, quando estava em uma moto aquática pilotada pelo empresário. Na versão apresentada por ele à polícia, a jovem caiu depois que o veículo foi atingido por uma forte onda.
Em depoimento, Lauro Sérgio informou que conseguiu nadar até a praia e não viu mais a dançarina. Fernanda nunca foi localizada. O Corpo de Bombeiros encerrou as buscas uma semana após o desaparecimento da jovem.
O pedido de providências contra o delegado Ocimar Nascimento foi feito, ao Ministério Público, pela família da dançarina. Os parentes da jovem acreditam que o policial civil não investigou corretamente o caso. Para o delegado Ocimar Nascimento, o fato de a dançarina não ter sido encontrada não interfere no indiciamento do empresário. "Nós já temos outras situações, em âmbito nacional, como o caso da Eliza Samudio e do Amarildo, em que não há corpo, mas há homicídio. Existem circunstâncias ao redor do desaparecimento que nos levam a crer e a concluir pelo óbito da jovem", afirmou.
Em relação à solicitação da família ao MP, a assessoria de comunicação da Polícia Civil já havia informado que "as investigações do caso foram concluídas dentro do prazo legal previsto em lei, de até 30 dias, e que foram ouvidas todas as testemunhas possíveis (seis ao todo)".