Julgamento do homicídio de Fábio Teles deve chegar hoje ao fim
Deve terminar hoje o julgamento dos acusados do assassinato do advogado Fábio Teles, crime ocorrido em 2011, no município de Cametá, região do Baixo Tocantins no Pará. Apontado pela Polícia como mandante do crime, José Maria Mendes Machado não está sendo julgado ainda em razão de recurso apresentado pela defesa dele contra a sentença que o levou ao tribunal do júri. Os promotores acreditam na condenação dos outros quatro acusados de envolvimento no caso: Rosivelson de Souza Almeida, o "Passat", Gleisson Araújo, o "Cawboy", Vitor Eduardo Oliveira Moreira, o "Vitinho", e José Orlando Trindade de Oliveira. O julgamento começou na quarta-feira e é presidido pelo juiz Matias Santana Dias, da 2ª Vara da Comarca de Cametá.
Esse é o primeiro caso de homicídio contra advogados em que os acusados sentam no banco dos réus no estado. Ivanilda Pontes, que é ouvidora geral da OAB e vice-presidente da Comissão de Defesa de Direitos e Prerrogativas, e Clodomir Araújo, ex-presidente da referida comissão, são os assistentes dos promotores Daniel Barros e Érika Almeida, do Ministério Público do Estado. O advogado Rodrigo Godinho, vice-presidente da Comissão de Defesa de Direitos e Prerrogativas da OAB, também integra a assistência de acusação.
Para Ivanilda Pontes, o primeiro dia de julgamento apresentou resultado produtivo para a acusação. "Nós estamos conseguindo reunir elementos importantes. Por isso, a expectativa é a melhor possível", disse. Procurador nacional adjunto do Conselho Federal da OAB, Raul Fonseca Filho também acredita que o julgamento está mais favorável à acusação. "As testemunhas de acusação deram mais substâncias à tese defendida pelo Ministério Público e assistência do que as testemunhas de defesa ofereceram à tese defendida pelos advogados dos acusados", afirmou.
O presidente da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia, Leonardo Accioly chegou no início da manhã de ontem a Cametá, acompanhado do conselheiro federal Edilson Silva, do presidente da Comissão de Defesa de Direitos e Prerrogativas da OAB no Pará, Leonardo Carvalho, e de um dos vice-presidentes da referida comissão, Braz Mello. Leonardo Accioly afirmou que o Conselho Federal da OAB estará vigilante em todos os casos de violência contra os advogados, "principalmente os casos de homicídio, que são a face mais perversa de atentado contra a profissão".
Ainda segundo ele, "o homicídio de Fábio Teles não é um problema isolado, uma fatalidade. Trata-se de uma agressão à liberdade de atuação da classe". Conforme Leonardo, a expectativa da OAB em relação ao julgamento é a melhor possível. "Existem elementos consistentes derivados das investigações policiais e dos depoimentos das testemunhas de acusação, defesa e juízo. Acreditamos na condenação desses quatro acusados, acreditamos que se faça Justiça", afirmou.