PMs acusados de homicídio são julgados em Belém
Teve início às 8h desta quinta-feira (06), no Fórum Criminal, em Belém, o julgamento do caso "Gustavo Russo". O jovem foi morto pelos policiais militares Jorge Luis Cardoso Aquele e Paulo Reginaldo Correia Batista, durante uma operação, enquanto era mantido refém pelo assaltante Lucivaldo Cunha Ferreira, que também foi morto.
O crime ocorreu há 12 anos, no bairro do Marco, mas até hoje a família da vítima luta por justiça.
Dos oito policiais militares envolvidos, cinco foram condenados e três absolvidos, já ano de 2010. Logo em seguida, o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) ingressou com um recurso junto ao Tribunal de Justiça do Estado que revogou a decisão do júri popular. Um dos acusados absolvidos, José Augusto da Purificação Ferreira, faleceu. Paulo Reginaldo Corrêa Batista e Jorge Luiz Cardoso estão sendo julgados hoje.
Estão previstos os depoimentos de 18 testemunhas. Se todas comparecerem ao Fórum, o julgamento pode durar até dois dias.
Ao longo da manhã, três peritos já prestaram informações. Além deles, foi ouvida também Iranilde Russo, 65 anos, a mãe da vítima.
O caso
O belenense Carlos Gustavo Russo, na época com 27 anos, atuava como promotor de eventos e ajudava a tocar o negócio da família. Era o braço direito da mãe, Iranilde Russo, 65. No dia de sua morte, ele completava três anos de casado com Lidiane, com quem planejava ter filhos.
Um laudo técnico expedido pelo Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves apontou que foram deflagrados 50 tiros de pistolas e escopetas dos policiais, que estavam em três viaturas. Deste total, 22 atingiram o veículo e sete acertaram Gustavo Russo.
No total, oito PMs estavam envolvidos no crime e foram a júri. Cinco foram condenados e três absolvidos, em 2010. Em seguida, o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) ingressou com um recurso junto ao Tribunal de Justiça do Estado, que revogou a decisão do júri popular. Um deles faleceu e outros dois serão julgados novamente hoje.
Até hoje a família de Gustavo não recebeu a indenização do Estado por danos morais. O processo continua tramitandona Justiça 12 anos após o crime.
(Com informações do TJ PA e Pryscila Soares/Diário do Pará)