Mediação vai buscar entendimento para encerrar movimento , que chega a 46 dias
A greve dos trabalhadores da Educação do Pará completa hoje 46 dias e as atenções se voltam para a reunião de conciliação com o governo estadual, às 9h, na sede do Tribunal de Justiça do Estado. O Sintepp marcou para 15h de hoje assembleia geral na sede da Alepa, ocupada desde a última terça-feira, para avaliar o resultado da reunião no Judiciário e decidir o rumo do movimento. A Secretaria de Estado de Comunicação informou, ontem, que haverá o desconto dos dias parados se o movimento não for suspenso.
O Governo garante que já atendeu 90% da pauta dos grevistas; por outro lado, os professores alegam que os 10% restantes referem-se às duas principais reivindicações da categoria: pagamento do Piso do Magistério retroativo a 2011 e progressão de 25% para 1/3 da hora-atividade, o que motiva o impasse. O valor acumulado do retroativo do piso, no período de abril a dezembro de 2011, está calculado em R$ 72 milhões, recurso que o governo afirma não ter como garantir por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal e do Orçamento, garantindo que está no seu limite para atendimento do que exigem os manifestantes.
A secretária de Administração, Alice Viana, garante que a proposta do governo não imporá perdas aos servidores com relação à jornada de trabalho e que o Plano de Carreira, Cargos e Remuneração (PCCR) da categoria está sendo cumprido. Ela afirma que, nos últimos dois anos, a comissão do governo já se reuniu com os professores por 44 vezes, e que no período da greve houve oito reuniões.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) contesta a afirmação com o argumento de que os professores têm perdas salariais na chamada hora-aula e nenhum trabalhador recebe inicialmente R$ 4.009,00, conforme diz o governo, ao alegar que paga o 5º melhor salário do país. "O governo não diz que este é o valor bruto da remuneração e quem recebe isso é uma minoria, que busca a extrapolação máxima da carga horária, tem adicional de escolaridade superior e, na prática, nem recebe este valor, porque há os descontos do PAS, Previdência e empréstimos consignados’’, diz a secretária-geral do Sintepp, Sílvia Letícia.