Tribunal do Júri começa a julgar hoje acusados
Será hoje (21) o julgamento do acusado da morte de Eduardo Felipe Chaves, de 26 anos, assassinado na Chacina de Belém, como ficou conhecida uma sequência de homicídios ocorridos entre os dias 4 e 5 de novembro de 2014. Para marcar a data, as famílias das vítimas farão um ato público em frente ao Tribunal de Justiça do Estado do Pará, na Praça São João, no bairro da Cidade Velha, em Belém.
O cabo reformado da Polícia Militar (PM), Otacílio José Queiroz Gonçalves, também conhecido como “Cilinho”, será levado a júri popular. Na quarta-feira, dia 23, será o julgamento de José Augusto da Silva Costa, o “Zé da Moto”, réu pela morte de Nadson Araújo Costa. Ambos são citados no relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Grupos de Extermínio e Milícias no Estado do Pará.
A programação do ato tende a ser de cunho ecumênico e cultural, segundo explica o coordenador da ONG Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional (Fase), João Gomes. “Será um momento ecumênico, lembrando a importância desses jovens para as nossas comunidades da periferia”, informa.
João Gomes acredita que os crimes ocorridos na chacina de 2014 deveriam ser federalizados para que fossem melhor apurados. “Esses crimes que levantam uma suspeição de participação de policiais são mais difíceis de serem investigados com isenção, até porque há uma resistência do próprio governo de aceitar a atuação de milícias”, pondera.
ENTENDA O CASO
Em novembro de 2014, após a morte do cabo Antônio Marcos da Silva Figueiredo (Cabo Pety), da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana da Polícia Militar (Rotam), 11 jovens foram assassinados em diferentes bairros da periferia de Belém. Apenas oito mortes tiveram suas investigações concluídas encaminhadas à Justiça. Dois deles irão para júri popular durante esta semana e 3 foram arquivados por “falta de materialidade técnica".
(Wal Sarges/Diário do Pará)