Nota da polícia diz que os criminosos pretendiam executar outro homem.
A Polícia Civil do Estado Pará divulgou no fim da tarde desta quarta-feira (13), que as investigações da morte do analista judiciário da Justiça Federal, Paulo Roberto Silva Costa, 32 anos – assassinado em novembro de 2015 - mostram que ele foi morto por engano. A informação foi envidada por meio de nota ao G1 pela assessoria de comunicação do órgão.
Paulo Roberto foi morto a tiros após sair da Seccional de Polícia da Cremação em Belém. Ele estava em um carro, quando dois homens em uma moto atiraram cinco vezes contra o veículo. O analista morreu na hora.
De acordo com a nota, “a hipótese principal sobre motivação do crime levantada nas investigações foi, na verdade, uma morte por engano. O alvo dos criminosos seria o ocupante de outro carro, cujo veículo tinha características semelhantes a do veículo conduzido pela vítima, e que havia entrado, momentos antes na Seccional Urbana da Cremação, em Belém”. (Relembre o crime no vídeo ao lado)
Segundo a Polícia Civil, as investigações contidas no inquérito mostram que os criminosos pretendiam executar outro homem - suspeito de envolvimento em um homicídio, e que momentos antes da chegada do analista judiciário havia chegado à Seccional para prestar depoimento, e que teria deixado a Seccional de Polícia quase no mesmo momento em que Paulo saiu da Delegacia, levando o autor do crime a, supostamente, cometer um engano e executar a pessoa errada.
O outro homem, que seria supostamente o alvo dos criminosos, já foi preso e atualmente responde por crime de homicídio em uma casa penal na região metropolitana de Belém.
Inquérito policial
À época, o inquérito policial foi presidido pelo delegado Glauco Valentim, da Divisão de Homicídios de Belém, até março deste ano, quando foi encaminhado ao Poder Judiciário.
Conforme a polícia, durante os quatro primeiros meses de investigação, não foi possível a identificação da autoria do crime, tendo em vista que informações coletadas e elementos usados como peças de inquérito, como perícias e imagens de câmeras, não foram suficientes para a definição da autoria do crime.
Após ser remetido a justiça, o delegado procedeu ao relatório do documento em que sugere o retorno do inquérito policial para a Divisão de Homicídios para que as investigações prossigam, mas até o momento, não obteve retorno da decisão judicial.
Família pede justiça
O assassinato completou 8 meses nesta quarta-feira. Inconformados com a falta de informações sobre o andamento das investigações, familiares em Santarém voltaram a se mobilizar em busca de justiça.
Ao G1, a irmã do analista, Patrícia da Costa Maciel pediu que os autores do crime sejam punidos. “Queremos que se faça justiça nesta terra porque a gente crê que a justiça de Deus se fará (...). Nós enquanto família estamos inconformados, pois o Paulo era uma pessoa de bem, o Paulo estudava, trabalhava. A ficha de ocorrência é limpa. Ele nunca teve ocorrência nem na escola. A gente quer uma solução. Queremos que alguém diga alguma coisa e que os culpados sejam punidos. Nada além disso, só que sejam punidos”.
Paulo Roberto nasceu em Santarém. Quando o crime ocorreu, fazia quase um ano que ele havia sido transferido para atuar na capital, mas já exercia a profissão de analista judiciário da Justiça Federal há 5 anos.