Menino de 12 anos morreu na explosão de uma lamparina em Portel.
Os dois proprietários de um posto de gasolina de Portel, na ilha do marajó, estão sendo acusados de homicídio doloso após uma criança de 12 anos morrer na explosão de uma lamparina abastecida com combustível adulterado.
O menino Tales Cordovil morreu no final do mês de abril após uma explosão supostamente provocada pelo combustível adulterado. Seu pai, Adelson Gonçalves Cordovil, estava estaria enchendo um vasilhame com óleo comprado em um posto de gasolina da cidade enquanto sua esposa iluminava a casa com uma lamparina, já que a zona rural da cidade não tem energia elétrica. A explosão provocou queimaduras na mulher, que ainda está internada em Belém.
Os acusados foram presos no município de Breves, também na ilha do Marajó, na última sexta-feira (13). Além deles, também foi preso o gerente do posto de combustíveis. "O Ministério Público entendeu que haviam elementos suficientes para pedir a prisão preventiva junto ao judiciário, o qual foi atendida e nós cumprimos este mandado", disse o delegado Paulo Junqueira.
De acordo com a polícia, todos os acusados devem ser transferidos para a carceragem de Breves, onde aguardarão manifestação do judiciário.
Acidentes em série
O promotor de justiça André Cavalcante entendeu que os acusados sabiam que o combustível adulterado oferecia riscos. Segundo ele os acusados devem responder por crime contra ordem econômica, crime ambiental, homicídio qualificado e quatro casos lesões corporais dolosas. Segundo ele, o número de vítimas ainda pode aumentar.
"Ainda é possível que pessoas que tenham comprado até 5 de maio neste posto em Portel estejam com este combustível armazenado em suas residências. Ainda póde ser que essas pessoas venham, a se lesionar quando forem manusear este combustível", alerta Cavalcante.
O Sindicato Paraense de combustíveis está acompanhando o caso, apesar do posto responsável pela adulteração não ser filiado ao órgão. "Já foi comprovado pela Agência Nacional do Petróleo que o combustível está adulterado. Não está comprovado se esta alteração foi a causadora das explosões. Vamops ter que apurar", explica Mélio Murta, vice-presidente do sindicato.