Ele foi a júri por matar estudante a tiros durante discussão.
O ex-cabo Polícia Militar Ronildo Freire de Carvalho, 43 anos, foi condenado a 16 anos de reclusão, que será cumprida em regime inicial fechado, pelo assassinato do estudante Marcelo dos Santos Barros, 20 anos. A decisão foi anunciada na terça-feira (10). Este foi o segundo júri a que o policial foi submetido. O primeiro, realizado em 2014, o absolveu, mas a decisão foi anulada pelo tribunal, que acolheu o recurso de apelação interposto pela promotoria de Justiça.
A condenação foi decidida pelos jurados do 1º. Tribunal do Júri de Belém, presidido pelo juiz Edmar Pereira, que acolheram a tese acusatória sustentada pelo promotor de justiça José Rui Barbosa,
O caso
O crime aconteceu em 10 de outubro de 2010 no bairro da Sacramenta, em Belém. O processo relata que, momentos antes do crime, Fabiana Carvalho, mulher do policial, envolveu-se em uma briga com Taíssa de Sá, namorada da vítima, ao cobrar uma dívida de R$150, da tia de Taíssa, Luciana Fernandes Sá.
Luciana disse que estava sem dinheiro e que pagaria no dia seguinte. Em seguida houve uma briga entre a mulher do réu e a namorada da vítima, que lesionou a região mamária de Fabiana Carvalho com um pedaço de vidro.
O réu foi ajudar a mulher ao ver Taíssa se retirar na garupa de uma bicicleta, conduzida pela vítima. O PM pegou e arrastou Fabiana. Ao tentar ajudar a namorada, Marcelo foi atingido pelos disparos de arma de fogo do PM, morrendo no local.
O advogado Marco Aurélio Mendes atuou em defesa do réu e sustentou a tese de legítima defesa. No interrogatório, o acusado afirmou que fez três disparos para se defender da vítima, que o ameaçava com uma faca.
Um perito criminal compareceu ao júri e prestou esclarecimentos sobre a perícia no local do crime. Informantes do processo a esposa do réu de nome Fabiana e sua mãe Francisca relataram aos jurados os fatos que culminaram na morte de Marcelo.
Segundo a Polícia Militar, Ronildo tinha problemas de comportamento. Ele foi submetido ao Conselho de Justificação pela Corregedoria da corporação e acabou expulso da PM em março de 2013. Ele recorreu da decisão e, em 25 de outubro do mesmo ano, perdeu em segunda instância.
Mesmo afastado, o ex-policial ainda responde a processo na Justiça Militar por lesão e violação de domicílio.